Nossa pesquisa tem como foco a série de gravuras “Os Desastres da Guerra” de Francisco Goya, que tematiza as invasões napoleônicas e o reinado de José Bonaparte na Espanha entre 1808 a 1814. A partir disso, Goya produziu um corpo fragmentário em torno de 80 cenas voltadas para o motivo da morte (como fuzilamentos, fome, estupros, mutilações e esquartejamentos). Acreditamos que seja possível fazer uma análise da obra a partir do conceito de melancolia, passando pela Antiguidade (Hipócrates, Aristóteles e Galeno), seguida pela Modernidade (com Robert Burton e Charles Baudelaire) e alcançando o século XX (com Sigmund Freud e Walter Benjamin). Baseamo-nos no trabalho do historiador da arte Georges Didi-Huberman para compreender as relações entre imagens, afetos e temporalidade. Recorremos a intérpretes da história da arte e da gravura para entendermos como Goya se apropria da tradição iconográfica da melancolia (passando por nomes como Rubens e Rembrandt),e a reconstrói em representações a partir da experiência de guerra marcada pela violência que caracteriza e descaracteriza sujeitos no período pós-Revolução Francesa e a desilusão de suas promessas na Modernidade.
LEONARDO RODRIGUES SILVÉRIO
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
A melancolia nos Desastres da Guerra de Francisco Goya
Resumo da pesquisa
Orientador
Ricardo Nascimento Fabbrini
Fomento
CAPES