Parto da ideia base de que Adorno percebe no espírito da filosofia moral kantiana que os sujeitos só deixariam de ser um pedaço da natureza quando refletissem sobre si mesmos e tomassem consciência de si como um pedaço da natureza. Tal ideia não teria sido, no entanto, realizada pela filosofia kantiana em sua aversão à consciência de si e seu modelo racional absoluto. Considerando que esta natureza, que pode ser percebida por uma autoconsciência, seja da ordem do somático, ou da natureza interna pulsional, podemos considerar a importância deste conceito para a filosofia adorniana e sua concepção de natureza e liberdade. Porém, esta forma de se pensar a natureza não deve ser simplesmente uma tomada de consciência do pulsional. Busco evidenciar que a única possibilidade de se saber como um pedaço da natureza é pela expressão negativa da pulsão, que, no somático, aparece como o que não se pode ter total consciência, ou o seu momento não idêntico.
CARINE GOMES CARDIM LASER
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Um pedaço da natureza: a pulsão e sua dimensão negativa em Adorno
Resumo da pesquisa
Orientador
Vladimir Pinheiro Safatle
Fomento
CAPES