Este trabalho tem por objetivo estudar a reabilitação das paixões na obra de Agostinho, com ênfase em três principais abordagens: psicológica, retórica e moral. Para tanto, o primeiro passo consiste em reunir o vocabulário herdado das traduções latinas para se referir a esses movimentos da alma que os gregos denominavam πάθη. Agostinho utiliza os termos perturbações, afecções, afetos, paixões e por vezes libido, nem sempre como sinônimos, e o faz através de uma complexa reelaboração crítica das teorias filosóficas antigas sobre a vida afetiva. Com o objetivo de reconstruir a crítica agostiniana dirigida aos filósofos que o precederam, adotaremos dois eixos principais: a divergência a respeito da relação entre a alma e o corpo, e da relação entre o racional e o irracional. Assim, seguindo os estudos de Brachtendorf (1997), Bermon (2003), Bouton-Touboulic (2013) e Saxcé (2024), nosso propósito mais amplo será investigar se, para além das precisões terminológicas, é possível delinear uma teoria agostiniana das paixões, mesmo na ausência de um tratado específico sobre o tema em seu vasto e diversificado corpus.
JULIA MAIA PEIXOTO CAMARGO
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
AGOSTINHO E A REABILITAÇÃO DAS PAIXÕES
Resumo da pesquisa
Orientador
Lorenzo Mammì