GUILHERME DE OLIVEIRA FREITAS

O primeiro capítulo da Analítica da Crítica da Razão Prática de Kant é conhecido por sua “exposição matemática” constituída por definições, escólios, teoremas, corolários e problemas. O fato de Kant iniciar a segunda Crítica com uma exposição matemática e, mais especificamente, com uma definição, foi suficiente para que surgissem questionamentos de quem leu na Crítica da Razão Pura que o método da filosofia deve ser diferente do método da matemática e, no próprio prefácio da segunda Crítica, que a filosofia não deve se precipitar com definições antes da análise completa do conceito. A presente pesquisa se propõe, frente a esse problema, como um estudo do estatuto da exposição matemática realizada por Kant baseada nas delimitações que Kant realiza entre matemática e filosofia. Para isso, constitui-se, por um lado, por uma história da matemática formal do século XVIII e XIX e, por outro lado, um trabalho filosófico de interpretação do texto kantiano e das implicações dos limites da concepção kantiana de matemática.