O meu objetivo na pesquisa é o estabelecimento das fronteiras conceituais existentes entre as noções de desejo e emoção na obra de Aristóteles. Ambos são fenômenos da alma, estão relacionados com experiências de prazer e dor, possuem uma dimensão cognitiva e são responsáveis pela motivação não-racional da ação. A sua distinção é difícil de apreender não apenas na filosofia de Aristóteles, mas também no debate contemporâneo (Deonna, 2012, 2017). O primeiro passo para estabelecer a visão do Estagirita sobre o tópico é compreender como esses conceitos estão enquadrados dentro da arquitetura da alma aristotélica. Depois disso, será necessário investigar como o filósofo concebe o termo θυμός, uma palavra usada às vezes como exemplo de emoções, e em outras como um tipo de desejo. Tal discussão é importante pois para alguns acadêmicos, como Garver (1994) e Koziak (2000), θυμός realiza um importante papel ao fazer a ponte entre os conceitos de emoção e desejo no pensamento de Aristóteles. Como dar conta do problema? É o θυμός a chave para compreender a distinção de Aristóteles entre desejo e emoção, ou devemos buscar outro enfoque? Essas são as principais questões a serem respondidas.
JOÃO GABRIEL BORGES RIBEIRO
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Πάθος e ὄρεξις: a arquitetura conceitual das motivações não-racionais na filosofia de Aristóteles
Resumo da pesquisa
Orientador
Marco Antonio de Ávila Zingano