RAMON ORDONHES ADRIANO RIBEIRO

O objetivo aqui é observar o comportamento da Segunda Extemporânea a partir da irradiação dos primeiros textos do autor (fase da chamada "metafísica de artista"). Isso requer, com efeito, um ponto de acesso dentro da própria Segunda Extemporânea, o que nos conduz, por fim, ao próprio objeto de pesquisa: questão da unidade de estilo. Parece ser ela um ponto de convergência tanto para o problema da hipervalorização do fator histórico (tema da própria escrita) quanto, também, para a necessidade de renovação estética da cultura alemã (tarefa da época para o jovem Nietzsche). A partir daí, espera-se interpretar o jogo entre a crítica dos valores históricos e o projeto do jovem filólogo (modo trágico-wagneriano de ser alemão) como os dois lados duma mesma moeda. Com essa abordagem, colocar-se-ia a Segunda Extemporânea em evidência sob outros aspectos que não os da embrionária genealogia da época tardia do autor, abrindo, assim, novas vias interpretativas quanto à fase inicial do autor do Zaratustra.